Neste fim de semana, Palmeiras e São Paulo vão jogar o
clássico em
Presidente Prudente , no oeste do estado. Segundo o
Climatempo, no horário da partida a temperatura deve superar os 30 graus e a
umidade do ar bater os 60%. Pode não significar muito para quem é leigo no
assunto, mas para especialistas, condições como essa constituem uma ameaça à
vida dos jogadores.
“Praticar esporte em condições como essas envolve riscos,
inclusive de comprometimento cerebral. Quando alguém perde os sentidos, é sinal
de que o quadro é perigoso. Os efeitos do calor no esporte é muito bem
documentado, mas infelizmente, quem comanda o esporte ignora esses riscos”,
alerta o fisiologista Turíbio Leite de Barros, que já trabalhou no São Paulo.
O grande problema nas condições esperadas para Prudente é
a junção da alta temperatura com a umidade relativa do ar elevada. “Quanto
maior o calor, mais o corpo precisa trocar temperatura com o ambiente. E o
mecanismo para isso é a evaporação do suor. Mas com a umidade relativa elevada,
essa evaporação demora, então o corpo não consegue desaquecer com eficiência”,
explica o também fisiologista Paulo Zogaib, que trabalha com o Palmeiras.
Além do risco aos atletas, a partida também fica
prejudicada em calor excessivo. “É um adversário a mais, causa desgaste físico
maior, queda de rendimento do atleta. E a alteração não é só física, o calor em
excesso prejudica na execução do gesto esportivo. Além disso, sabemos que a
cada 3 kg
perdidos por desidratação, o jogador perde de 15 a 20% em desempenho”,
completa Turíbio. A Fifa, apesar de não proibir jogos em calor extremo,
adotou uma medida para amenizar os efeitos: a parada técnica, no meio de cada
um dos tempos. “Ela ajuda, mas ainda não é ideal. Duas paradas técnicas para
hidratação reduziriam bastante os riscos”, diz Turíbio.
Um dos vilões para que o calor atrapalhe o futebol
brasileiro é a época do ano, o horário de verão e os jogos marcados para o meio
da tarde. “Os riscos são grandes, mas todos sabemos que uma partida nunca vai
ser adiada por calor. Existem muitos interesses envolvidos”, reclama o
fisiologista.
Fonte: Uol
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