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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sol forte! Fisiologistas falam sobre exposição de atletas no calor de Prudente


Neste fim de semana, Palmeiras e São Paulo vão jogar o clássico em Presidente Prudente, no oeste do estado. Segundo o Climatempo, no horário da partida a temperatura deve superar os 30 graus e a umidade do ar bater os 60%. Pode não significar muito para quem é leigo no assunto, mas para especialistas, condições como essa constituem uma ameaça à vida dos jogadores.
“Praticar esporte em condições como essas envolve riscos, inclusive de comprometimento cerebral. Quando alguém perde os sentidos, é sinal de que o quadro é perigoso. Os efeitos do calor no esporte é muito bem documentado, mas infelizmente, quem comanda o esporte ignora esses riscos”, alerta o fisiologista Turíbio Leite de Barros, que já trabalhou no São Paulo.
O grande problema nas condições esperadas para Prudente é a junção da alta temperatura com a umidade relativa do ar elevada. “Quanto maior o calor, mais o corpo precisa trocar temperatura com o ambiente. E o mecanismo para isso é a evaporação do suor. Mas com a umidade relativa elevada, essa evaporação demora, então o corpo não consegue desaquecer com eficiência”, explica o também fisiologista Paulo Zogaib, que trabalha com o Palmeiras.
Além do risco aos atletas, a partida também fica prejudicada em calor excessivo. “É um adversário a mais, causa desgaste físico maior, queda de rendimento do atleta. E a alteração não é só física, o calor em excesso prejudica na execução do gesto esportivo. Além disso, sabemos que a cada 3 kg perdidos por desidratação, o jogador perde de 15 a 20% em desempenho”, completa Turíbio. A Fifa, apesar de não proibir jogos em calor extremo, adotou uma medida para amenizar os efeitos: a parada técnica, no meio de cada um dos tempos. “Ela ajuda, mas ainda não é ideal. Duas paradas técnicas para hidratação reduziriam bastante os riscos”, diz Turíbio.
Um dos vilões para que o calor atrapalhe o futebol brasileiro é a época do ano, o horário de verão e os jogos marcados para o meio da tarde. “Os riscos são grandes, mas todos sabemos que uma partida nunca vai ser adiada por calor. Existem muitos interesses envolvidos”, reclama o fisiologista.
Fonte: Uol

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